A sacro-santa puta que sou!!

Se morrer agora vou morrer feliz

Vou morrer sabendo que doei, que fiz, que dei
Dei que nem senti quando aquela santa morreu

Dei que nem doeu quando a minha puta nasceu

Vou dormir sabendo que bem sei

Sabendo que não sei

Mas sabendo que gozei

Vou acordar quem sabe aonde

Vou morrer sem ter deixado

Porque o mundo é sim quadrado

E o diabo deixei de lado

Quem sabe um dia saberão o que fiz

Que foi você quem eu sempre quis

Quando nunca te contei

Quando te dei

Quando doei

Quando gozei

Tanto que nem sei

Sou a surpresa devassa na sua cama 

Que um dia teve má fama

Que muito brincou na lama

Aquela a todos engana mesmo que doa

Mesmo que soa

Mesmo que sua

Ainda que sempre

Morre então a feliz sacana
Sabendo que 

Um dia se despiu

Um dia te mordeu

Um dia nos lambeu

Jurando que tremeu

Sabendo que ardeu
Doando o que comeu

E isso foi tudo que conheceu

Felizes foram os dias em que menti, que fingi, que meti

Te alisei, até grudei, me lixei,
Pro seu delírio eu suei, eu cuspi, eu gostei, eu chorei

Todos os dias

De tanto
De tanto que eu dei!