Daniela

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A vez da garrafa verde


Ah fuga da realidade plena...
Ah ária de soneto trágico...
Oh adágio de solene encanto...
Quem dera lamento fosse um vestido errado...

Que mera face a loucura impera?
Que débil rosto a bebida amarga?
Que alma morta a desmesura clama?
Ah delícia plena de melancolia pífia...

Oh triste véu de tormento vil
Que mais teria a arder, oh destino meu?
Se é que quero em  rubor saber
Quem dera a finitude ardesse em lamentos mortos...

Ah fuga da realidade viva
Oh fogo pálido de infinito torpe
Ah cheiro branco de solene pranto
Quem dera a vida me calasse em canto.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O casulo de força


Metamorfose doída
Me encontro perdida
Em algum lugar entre a latência e o desconsolo
Num inferno errante entre o desânimo e o choro

A deixar podar pra voltar quem sabe
Me encontro ainda entre o vento e o dolo
Entre a amargura e o nada voltando à vida
Eu perdida e louca perseguindo o sono

Me encontro nua entre o casulo e a rua
Invejando o tolo, invejando a sorte
Desejando o copo que elimina a dor
Percorrendo o campo que circunda a morte

Ansiando o sol que nos brinda o brilho
Na pungência seca da agonia fria
No calor dos ossos, no calar dos cortes
Me despeço logo do mudar dos fatos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O dia do dente da minha mãe


De um dia em diante eu modifiquei o meu modo de vida. Agora eu não choro mais, cansei de esperar; de esperar enfim. E determinei: eu só vou gostar de quem gosta de mim. Não quero com isso dizer que o amor não é bom sentimento... A vida é tão bela quando a gente ama e tem um porquê.. Por isso então é que eu mudei, eu não fiquei chorando até o fim, e por não chorar decidi gostar de quem gosta de mim. Não foi fácil eu bem sei, eu procurei, não encontrei, até que encontrei. A vida é assim, eu falo por mim, um dia é bom e o outro ruim. Mas decidi então, somente gostar de quem gosta de mim, ainda que assim eu viva sem ninguém!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

É o dedo que aponta e o dardos são curvos


Ao pensar em procura nós somos sozinhos
E pensando em sozinho nós somos plural
E como então ser no plural se sozinho?
E como pular a distância abissal?

Ao pensar em sorriso nós somos sinceros
E na sinceridade nós somos plural
E penando ao pular tal distância sozinhos
Singular é chorar o plural de nós dois!