Daniela

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Alameda em branco e preto


A estrada é seu caminho,
Mas quem passa por ela sou eu!
O presente é seu carinho,
Mas no passado de fato doeu...
Quem pensa que ao longe caminha,
Caminho sua estrada com o passo que é só meu!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

De jabá, de jibeira e jiló


EU SOU NORDESTINA. Sou porque sou neta de 2 potiguares, 1 baiano e uma mineira bem do norte do estado, (região inclusive compreendida pela SUDENE) quase Bahia.
SOU NORDESTINA porque escolhi viver na Paraíba. Aqui eu trabalho, eu vivo, eu luto, eu sonho, eu faço.
Sou nascida em Brasília, a capital do país, construída com o suor e o trabalho duro de muitos nordestinos.
SOU NORDESTINA e, sim, sou inteligente, sagaz, estudada, preparada. Tenho raiz, tenho alma, e tenho muito orgulho.
SOU NORDESTINA. Sou de Caymmi, de Gil, de Suassuna, de Jackson do pandeiro, de Pedro Américo, de Jorge amado, de Graciliano Ramos,  de Luiz Gonzaga, de Dominguinhos, de Chico César e de tantos outros mestres que são queridos e reverenciados no Brasil e no mundo. Portanto, Sou Rica de Culturas e totalmente absorta por ela. Sou negra, sou índia, européia. Sou tudo de todos. Sou todas em uma.
SOU NORDESTINA. Sou de onde saem a cana de açúcar que finda por abastecer os carros a álcool do país inteiro, assim como a mamona, principal matéria prima do biodiesel. Nordeste este que também fornece o cacau, boa parte do café, o camarão, a lagosta e tantos outros produtos indispensáveis ou simplesmente sonhos de consumo de muitos.         
SOU NORDESTINA e assisto feliz à migração sazonal trazendo milhões de brasileiros e estrangeiros que passam o ano pagando as férias ou gastam aqui suas fortunas. 
SOU NORDESTINA e recebo com todo o carinho e a simpatia que nos é peculiar, àqueles que veem em busca de paraíso e de uma experiência inesquecível.
SOU NORDESTINA e acima de tudo sou grata por não ser xenofóbica, neonazista, elitista, preconceituosa ou classicista. Sou orgulhosa por inclusive perdoar tanta incongruência, ignorância e inconsequência.
SOU NORDESTINA,
Sou Daniela LAFETÁ, sou BRITO, sou NOVAES e sou GUERRA.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Mala assanhada


Normal até agora
Hora de ir embora
Embora haja tantas razões pra ficar

Beber e babar até cair
De Caim em Abel
O mar Egeu abriu e se ergueu em fim

Eu sim vou nessa
Que é ruim a beça
E não me interessa se vou voar

Delícia de Nova Deli 
De decida em pele
Delicada espada que enfio em mim

Hoje estou poeta
Sou profeta incerta 
De concreta certa de que não desfiz

Seu nome some
De terrível fome
Em faísca cisca no oceano anil

A destreza à mesa 
Da mesma lesma 
Matriz de morfina da menina atriz

Por fim firmo
Que afirmo e confirmo
O dimorfismo do cinismo contido em mil

domingo, 14 de setembro de 2014

Os punhos da nobreza


A vasta fauna nefasta se afasta das trevas e vem me assombrar
O monstro jazente no esgoto me mostra o desgosto da noite assombrosa
E o claro clamor das montanhas arrastam nefastos entreveiros amargos.

Amigo!


Heitor, menininho, bebê
Pra quê você vai crescer?!
Sempre há de caber em meu peito
De lá não saberá correr!
Criança, garoto, dengoso
De que vamos hoje brincar?
Quero brincar de pega-pega,
Quero brincar de circo!
Pego seu olhar, rio com seu sorriso,
Criança, neném, Amigo meu!
Corre corre sem fadiga,
Devagar pára e caminha!
Acorda e vai pular corda,
De tarde pula amarelinha!
Quer plantar feijão no algodão?
Ou prefere comer favos de mel?
Vamos ver Papai Noel que já é natal!
A gente vai brincar na praça, que tal?!
Criança, lembrança, esperança!!
Pule bem preciso, e continue a dança!
Suba em árvore, nade em rio,
Rode o pião que nunca cansa!
Criança do meu coração,
Cresça por fora mas por dentro não!

DN - DL

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Abstrata Abscissa


Assim eram 14 agora 41
No inverso do tempo nas costas
As curvas tornaram-se reta

Nos ossos de rotas opostas
Dos eixos formaram-se notas
Então no santo o encontro
E o torto converteu-se em centro

No dia de hoje em contento
Alegro na meta retida
E feliz com a vida estendida
Parada no cerne comum

Assim foram 14 e hoje 41!

29 de julho de 1987 - 29 de julho de 2014

domingo, 27 de julho de 2014

Amores frustrados


Quando o calango encontra o mar
E a joaninha o leão
O morango e o elefante mais parecem dois irmãos

O limão encontra o amargo
A flauta a rebelião
Eu por fim só te espero
Enquanto o sol na escuridão

E findo a luz diante o muro
Da liberdade à escravidão

segunda-feira, 30 de junho de 2014

E o que eu vou dizer agora?


Me desculpa, eu tive um sonho, surtei com ele e comecei a viver assim. Te tratei terrivelmente mal.
E no fundo eu sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado. Independente disso vamos continuar de onde paramos... Eu te amo!

Me desculpa? Eu tive um sonho? Surtei com ele e passei a viver assim? Te tratei terrivelmente mal? E no fundo eu sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado? Independente disso, vamos continuar de onde paramos? Eu te amo?

Não me desculpa, eu não tive um sonho e não passei a viver assim. Não te tratei terrivelmente mal. E no fundo eu não sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado. Independente disso, não vamos continuar de onde paramos. Eu não te amo.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Na sola do sapato às margens da lagoa


Em um momento meu em que eu devo optar entre a concha fechada e o aberto mar, me fecho solene num vazio profundo e na solidão me isolo dos sofreres do mundo.
Cada um tem o todo que lhe é ofertado, pois cada ser apreende do tudo o tudo que lhe foi apresentado.
Pois se resignada entendo o chamuscar das sombras, me vejo retrair confusa na certeza do nada. 
Mas feliz me cerco de vazios seguros e espero mansa o findar dos dias no romper do pranto e no morrer sorrindo.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Fly me to the moon



Ambas abas âmbar entre Zâmbia e Zanzibar,
Mostra a mera morte em sorte ao norte e ao chegar
Brada a brava barba em barco branco entre o luar
E rompe a rocha rude em roco resto a me embalar...


domingo, 23 de março de 2014

B.A. como chegar?


E uma sensação de aperto na nuca
E a cabeça parece flutuar
Eu queria ir bem mais lonje
Mas o longe tarda a chegar

O que acontecerá comigo se eu não voltar?
O que acontecerá com a cidade se eu não caminhar?
O que será de você se então eu vomitar?
O que será da gente se esse dia nunca chegar?

Uma tensão flutua no ar
E o meu peito parece apertar
E o compasso das horas que deixam
O medo do medo reinar

O que será das horas se eu nunca estiver lá?
O que será da gente se a gente se desapontar?
O que acontecerá comigo se a dor nunca passar?
O que acontecerá conosco se a morte vier me levar?

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Tem um totem no meu teto


Plantei um pé de cabelo do lado da escada rolante
Queria chegar na segunda, e morri em terras gigantes.
Comprei um pé de empreitada e nasci com o vento do lado
Segui aonde anda o assovio e comi o que resta de queijo.
Casei-me com um rés de madeira e caminhei até a beira do milho
Cansei porque falo sozinha e vivi como manda o carimbo!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Cabelo no anel


Tempo - Sr. de todas as forças...
Aquele que nos arrebata, nos consome, nos leva e nos conduz. 
Aquele que sem Ele e sem Nele simplesmente não existimos. 
Tempo - Sr. da razão, da emoção. Sr. do Tempo em si. 
Tempo que nos resolve, que nos maltrata, e nos absorve. 
Tempo que é não para o nunca, que não passa incólume, por simplesmente não! 
É Ele o Sr. da história, o Sr. da estória, das águas mortas.
Tempo - Sr. das marés, que nos dói o peito e caleja os pés.
Aquele que me devora inteira, que nos traz pelejas, que nos faz amar!
No Tempo do hoje eu li a sua história,
E trazida Nele eu encontrei memória!
E chorei por dentro, e tremi por fora, e corri calada, e sorri sozinha!
Obrigada Tempo, pelo seu tempo agora, em que dispensastes o Próprio 
Pra contar sua vida,
Pra contar sua lida, 
Pra contar sua linda e inefável trajetória!!!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estante de coisas raras!


Num dia eu sou tão pequenina
No outro eu me empolgo a crescer
Num dia chorava sem dente
No outro somente quem sente
Me ama que é capaz de morrer
Num dia rompendo as paredes
Me vejo sem onde ou capaz de saber
No outro me pego distante
Despertando somente 
O melhor de você!