Daniela

terça-feira, 1 de março de 2016

As caras que vejo por aí


As vezes são largas
As vezes esquinas
As vezes são ruas
Outras vezes ruínas
Tortuosas trilhas
De caminhos mesquinhos
São trombetas tardias
De meninos vazios
Da morte de um dia
São tambores errados
Lamentos furtados
De sonhos acabados antes de se fazer
Nos amores passados
As ruínas são largas
As estradas são vagas
E os caminhos distantes
Mas pra quem a solidão espera
O rio fez-se vácuo
A alma fez-se pouca
A boca fez-se louca
O riso foi-se embora
E o pouco que lhe resta
Arrasta no clarão das horas
Na mais estranha demora
Do que um dia jamais chegará