Um dia a grande guerreira joaninha saiu pela estrada, ela andou andou andou, e depois de muito percorrer e colecionar alegrias e fracassos ela chegou a uma floresta. Não era uma floresta encantada, mas era uma floresta real e tranquila; recheada das mais diversas fontes de alegria e prazer. Conforme o tempo foi passando, a joaninha foi entendendo que a floresta tinha seus encantos, mas também suas armadilhas, e tinha carinho e também turbilhão. Ela então se percebeu voltando a lugares por onde tinha percorrido árduos ciclos, mas onde também havia aprendido a se esquivar. Afinal de contas ela havia crescido e havia ficado bem forte! Ela entendeu que podia ser feliz com o que tinha, mas que tinha que ter cuidado com o que entendia. A linda joaninha outrora amargurada entendeu que sua essência sempre fora feliz. Pequenina, escalou quebra-molas, girou em rodas-gigantes, despencou em montanhas-russas; mas se deparou com a certeza de que a vida tinha sido um parque de diversões até chegar à floresta, onde teve a certeza de que não queria mais voltar pra casa. Joaninha se sentiu plena, porque seus dias em casa tinham sido de sol e chuva e tempestade e calmaria e alegria e trabalho, e nada disso seria novidade, e nada aqui poderia ser pior. Mas quando a joaninha achou que já sabia tudo, que já conhecera de tudo um pouco e um pouco de todos, quando pensou que tinha encontrado todos os amigos da vida e todos os predadores do caminho, viu que a vida estava só começando - de novo! Quando ela, que achou que já se conhecia o suficiente, descobriu que não tinha vivido nem uma centelha da sua passagem sobre o verde chão da estrada. Foi só quando se deparou com um objeto mágico chamado espelho que ela, tão pequena tão bela e tão menina, se deu conta de que tinha que indubitavelmente começar a crescer e a lutar e a perceber sua escuridão. Era preciso sair do casulo para ganhar o ar, sair à noite para poder o sol. Tenho amigos - pensou - e eles me bastam! Tenho problemas - acertou - mas eles se bastam! Feliz olhando-se no espelho, sorriu ao ler o letreiro gigante bruxuleava diante de seus olhos. As palavras com sons e cores cantavam diante de seu espanto, e para tanto começou a gritar: "Que joaninha é essa que vive com medo? Que ser é esse que vive se escondendo, se justificando, se mostrando vulnerável? Quem é você que secou por dentro, que se endureceu por fora, que doeu o corpo, que perdeu as asas?" E a martelada na cabeça da frágil criança não lhe deixou roxa, apenas atordoada. Não lhe deixou marcas, apenas a felicidade. E então, a joaninha concluiu leve que acabara de perceber a coisa mais importante: que é estasiante a sensação de evoluir e de alcançar a primazia da liberdade, pois a liberdade nada mais é do que a evolução da vida na medida certa. E o dia então aconteceu em paz!
Maravilhoso! O melhor poste de todos os seus. Meu predileto(fato!)
ResponderExcluirThanks baby!!! Muito me honra!
ResponderExcluir