Aqui jaz a Clara Dama das Trevas
O buraco negro de todas as emoções
Você solitária em perfeita solidão
E solidão em perfeita agonia
Você o celeiro da desarmonia
E energia da pior escuridão
E energia da pior escuridão
Você que nem é pra tanto
Mas que ganhou espaço
E que no desabafo se fez ingratidão
Você de quem ninguém espera
Você de uma dor sincera
De avassaladora destruição
Em ti repousa o claro drama da vida
A moça não nascida
De pobreza mal parida
Senhora do tormento e do lamento
Você que jamais compreenderá qual é a direção do vento
Você que jamais compreenderá qual é a direção do vento
Você que é só ferida
A alma perdida
Jamais e nunca querida
A moça sem espelho
A moça sem espelho
Sem desejo e sem anseio
Aqui jaz a Clara moça do breu
Que de amargura encharcou a luz
Que no seu fel chafurdou os teus
Seus braços abertos engendraram a cruz
Que carrega consigo o descontento, o padecimento, o nojento
Seus braços abertos engendraram a cruz
Que carrega consigo o descontento, o padecimento, o nojento
Mulher que só cospe pra cima
Que vomita no prato que comeu
Que vomita no prato que comeu
Tanta solidão sufoca, mas há quem consiga tirar tanta inspiração para um poema. Parabéns, você conseguiu criar uma atmosfera densa!
ResponderExcluirTenha uma excelente terça-feira!
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.” (JefhCardoso)
Convido para que leia e comente “O CHEIRO DO DIABO” em meu blog http://jefhcardoso.blogspot.com/
Abraço de um blogueiro navegante!