Daniela

sábado, 27 de março de 2010

Sua mãe JAMAIS será minha sogra!


            Como algumas pessoas já sabem, eu estou morando em João Pessoa na Paraíba. E hoje me ocorreu um pensamento curioso. Estava eu almoçando num pequeno shopping perto da minha casa, onde tinha – lógico – uma televisão ligada, e o assunto – lógico novamente – não poderia ser outro que não a morte do Michael Jackson.
            Estava na hora da programação local, o que por aqui significa fazer a cobertura de todos os eventos juninos do estado. Até aí, absolutamente correto e digno de menção honrosa. O problema era que na abertura ou no fechamento de cada bloco, vinha um cantor regional (repentista, sanfoneiro, etc.) reverenciar o mais novo célebre defunto da história. Então eu comecei a pensar: estes caros senhores não se dão conta de que eles não conseguem mais do que uma centena de fãs, muito provavelmente porque o povo prefere escutar, ver e imitar “artistas” como Michael Jackson? Eles ficam aí prestando homenagens e muitas vezes nem conseguem se sustentar do próprio trabalho. Trabalho este que com absoluta certeza tem muito mais conteúdo e valor musical do que o que o tal maior-ídolo-POP-de-todos-os-tempos algum dia chegou a fazer.
            Bom, findas algumas reportagens tal como meu apetite, paguei a minha conta (afinal Michael já não está mais vivo para fazer essa caridade!) e fui embora para casa. No caminho, saindo do shopping, o que vejo? Uma vã de uma empresa de TV local entrevistando pessoas na rua. Como fatalmente tinha que passar por perto acabei ouvindo do que se tratava. Não acreditei... Michael Jackson morreu. A repórter consternadíssima tentava saber a opinião das pessoas a cerca de tal devastador fato. Juro, juro que fiquei parada perto, com cara de pidona desesperada para ela me perguntar o que eu achava desta tragédia. Fiquei ali por alguns momentos e saí frustrada por ela não ter me entrevistado e eu não poder dizer ao mundo (ainda que paraibano) que: nossas crianças NÃO vão parar de morrer de fome, que os tetos dos hospitais públicos NÃO irão deixar de cair nas cabeças dos pacientes, aliás, os pacientes Não deixaram de existir. Os políticos NÃO irão parar de roubar, os psicopatas de matar, o planeta de aquecer. Em suma, a vida NÃO muda em nada.
            Se bem que, pra falar a verdade, em minha opinião muda e muda pra muito melhor. Há vários anos que defino Michael Jackson como um “Câncer Social” (e quem me conhece com certeza ouviu isso de mim várias vezes). Desde que ele esteve no Brasil para gravar o tal vídeo-clip com o Olodum e na Favela do Rio de Janeiro. O que talvez muito pouca gente saiba é que o nobre cavalheiro gravou dois vídeos distintos, um para passar aqui dentro e o outro para veicular lá fora, com imagens de violência fome e miséria. Eu acho fantástico um povo que reverencia um americano que mal sabe o que é Brasil, que jamais soube o que é a música brasileira. Um “artista” que fazia umas danças que mais lembravam mioclonia ou coréia, andava pra trás e coçava o saco, ainda por cima não sabia nem beijar. Um racista que e negou e execrou a própria etnia, um ser humano (?) bizarro que pendura um dos filhos na janela (isso aqui no Brasil acabou em tragédia), e coloca Burka nos outros. Um sujeito que de tão transfigurado assustava as criancinhas, os velhinhos e até a Kátia-Cega.
            Eu não entendo: é uma coleção incomensurável de absolutamente NADA DE BOM pra se admirar, muito menos reverenciar. E o que entendo menos ainda é o porquê de ficar o mundo inteiro encarando como um verdadeiro cataclisma, como a 6ª. extinção. Pra falar a verdade, eu acho que ele não morreu, no máximo foi abduzido. No máximo a raça do planeta dele resolveu dar um descanso para o planeta terra e levou-o de volta para de onde ele nunca deveria ter saído. Pra mim Michael Jackson já vai tarde. Por mim nunca deveria nem ter vindo.

Um comentário:

  1. Texto perfeito, Lafets...tudo de bom. Ass: seguidora apaixonada de Guadalupe e adjascências.

    ResponderExcluir