Daniela

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vade Mecum, Vá de Retro


Coluna, dor, todos os dias, dor. Cirurgia, dor, toda hora, dor. Punho, dor. Quadril, dor. O ano inteiro, dor. A cabeça bate, a língua estala. Desde quando? Sempre. Alergia, hoje. Nariz fechado, renite, sinusite, labirintite. Até quando? Todo dia. Tique, TOC. Ouvido? Absoluto sensível. Barulho, insônia, dormência, falta de paciência. Tireóide, supra-renal? Adson. Neuropatia, displasia, nevralgia. Onde? No pulso, na coluna, na bacia. No corpo o peso dos dias. Na lida o insustentável prejuízo de uma vida inteira driblando o tempo. Convivendo com a necessidade seguir. Até quando? Até quando os dias serão de briga, de sufoco, de tontura, de tortura? Até quando a cabeça, a língua, o corpo e as pernas levarão a dor, os dias, o sono, o sonho? Sou o insensato pensável de um porquê cada dia mais sem resposta, de um corpo cada dia mais limitado, de uma pessoa já extremamente exausta e cansada de simplesmente existir.

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