Daniela

segunda-feira, 23 de março de 2015

Adapte-me camaleoa


Trata-se de uma sociedade muito hipócrita essa nossa. Hipócrita e retrógrada, que em pleno século XXI ainda enxerga somente um único modelo de família. Uma sociedade que sequer se preocupa em reclamar ou simplesmente questionar as inúmeras demonstrações de violência e covardia - temáticas constantes em novelas, programas corriqueiros ou em acontecimentos cotidianos. Mas sim, uma coleção social que se treme frente manifestações de carinho e afeto, única e exclusivamente por não conseguir se desvencilhar das fatídicas amarras do Gênero. É próprio de uma sociedade deturpada sair às ruas bradando palavras de ódio para exigir respeito e que desrespeitar para exigir justiça.
O grande problema aqui, a questão maior em relação à polêmica do "beijo gay", não é tão somente consolidar o preconceito enquanto vestimenta prima de uma instituição falida e doente, mas principalmente revelar a face mais triste e desesperançosa da humanidade - a ausência da capacidade de aceitar e de evoluir. 
Eu não sei o que sinto mais: nojo, vergonha ou tristeza. Eu por mim, clamaria por indiferença, mas não consigo me furtar ao lamento profundo e a revolta veementemente. Reverencio Marx, em sua máxima "A religião é o ópio do povo", mas no fundo me pego pensando no próprio Cristo quando em seu ensinamento mais complexo: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amo". Sábias palavras Senhor... Dementes são os que as desentendem. 

4 comentários:

  1. No tom certo... Palavras que marcamt todo um enredo hj vividos por todos e seletivamente deixado de lado como abominação. Triste ver um sociedade que busca a inclusão "esquecer" de uns e dizer que ama a todos.

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  2. Show! Não existe beijo gordo, magro, negro, gay...existe o beijo e ponto!

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  3. Tenho dificuldade em compreender a manifestação ortodoxa e até mesmo desrespeitosa em relação aos modelos de relacionamento. Cada qual tem, ao meu ver, dentro de si, a prerrogativa de pensar no que desejar, até mesmo discordar dos referidos modelos. Até aí, aceitável, até porque estar em uma democracia pressupõe poder manifestar o pensamento (e, no caso, opinião). A coisa fica complicada, porém, quando a esfera de pensamento extrapola e o que era opinião passa a ser uma bandeira para apartação, discriminação e, sobretudo, no caso brasileiro, falta de respeito. Acima de tudo - porque respeito pode nem lá ter implicações jurídicas - falta de trato do outro com DIGNIDADE, que é constitucionalmente indenizável.

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