Daniela

terça-feira, 31 de maio de 2011

Pu nu cúm



Você que não me quer
Que está sempre na porta
Que está sempre desejando me abandonar
Eu que te abrigo
Te suporto
Nem por isso tento te prender
Você é quase livre para ir onde quiser
Peço que não me deixe em maus lençóis na hora de partir
Peço que não grite que está me abandonando
Não me faça chorar
Que não faça outros me abandonarem também
Você que nunca se prende, que nunca se reprime
Que está sempre na porta querendo sair
Está sempre a espreita do mundo
Também te quero livre
Muito embora procure a hora certa de te deixar
Mas que sempre a me desafiar, voa à minha revelia
Você que ora sai abrupto
Que ora sai de mansinho
Você que ora sai de dia e sempre corre a noite
Me deixando sozinha, preocupada e desamparada
Você o vento, filho do tempo
Teu olor marcará para sempre a história 
E estará até o fim guardado na memória

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