Daniela

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Mala assanhada


Normal até agora
Hora de ir embora
Embora haja tantas razões pra ficar

Beber e babar até cair
De Caim em Abel
O mar Egeu abriu e se ergueu em fim

Eu sim vou nessa
Que é ruim a beça
E não me interessa se vou voar

Delícia de Nova Deli 
De decida em pele
Delicada espada que enfio em mim

Hoje estou poeta
Sou profeta incerta 
De concreta certa de que não desfiz

Seu nome some
De terrível fome
Em faísca cisca no oceano anil

A destreza à mesa 
Da mesma lesma 
Matriz de morfina da menina atriz

Por fim firmo
Que afirmo e confirmo
O dimorfismo do cinismo contido em mil

domingo, 14 de setembro de 2014

Os punhos da nobreza


A vasta fauna nefasta se afasta das trevas e vem me assombrar
O monstro jazente no esgoto me mostra o desgosto da noite assombrosa
E o claro clamor das montanhas arrastam nefastos entreveiros amargos.

Amigo!


Heitor, menininho, bebê
Pra quê você vai crescer?!
Sempre há de caber em meu peito
De lá não saberá correr!
Criança, garoto, dengoso
De que vamos hoje brincar?
Quero brincar de pega-pega,
Quero brincar de circo!
Pego seu olhar, rio com seu sorriso,
Criança, neném, Amigo meu!
Corre corre sem fadiga,
Devagar pára e caminha!
Acorda e vai pular corda,
De tarde pula amarelinha!
Quer plantar feijão no algodão?
Ou prefere comer favos de mel?
Vamos ver Papai Noel que já é natal!
A gente vai brincar na praça, que tal?!
Criança, lembrança, esperança!!
Pule bem preciso, e continue a dança!
Suba em árvore, nade em rio,
Rode o pião que nunca cansa!
Criança do meu coração,
Cresça por fora mas por dentro não!

DN - DL

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Abstrata Abscissa


Assim eram 14 agora 41
No inverso do tempo nas costas
As curvas tornaram-se reta

Nos ossos de rotas opostas
Dos eixos formaram-se notas
Então no santo o encontro
E o torto converteu-se em centro

No dia de hoje em contento
Alegro na meta retida
E feliz com a vida estendida
Parada no cerne comum

Assim foram 14 e hoje 41!

29 de julho de 1987 - 29 de julho de 2014

domingo, 27 de julho de 2014

Amores frustrados


Quando o calango encontra o mar
E a joaninha o leão
O morango e o elefante mais parecem dois irmãos

O limão encontra o amargo
A flauta a rebelião
Eu por fim só te espero
Enquanto o sol na escuridão

E findo a luz diante o muro
Da liberdade à escravidão

segunda-feira, 30 de junho de 2014

E o que eu vou dizer agora?


Me desculpa, eu tive um sonho, surtei com ele e comecei a viver assim. Te tratei terrivelmente mal.
E no fundo eu sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado. Independente disso vamos continuar de onde paramos... Eu te amo!

Me desculpa? Eu tive um sonho? Surtei com ele e passei a viver assim? Te tratei terrivelmente mal? E no fundo eu sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado? Independente disso, vamos continuar de onde paramos? Eu te amo?

Não me desculpa, eu não tive um sonho e não passei a viver assim. Não te tratei terrivelmente mal. E no fundo eu não sou uma esquizofrênica que não consegue se livrar das dores do passado. Independente disso, não vamos continuar de onde paramos. Eu não te amo.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Na sola do sapato às margens da lagoa


Em um momento meu em que eu devo optar entre a concha fechada e o aberto mar, me fecho solene num vazio profundo e na solidão me isolo dos sofreres do mundo.
Cada um tem o todo que lhe é ofertado, pois cada ser apreende do tudo o tudo que lhe foi apresentado.
Pois se resignada entendo o chamuscar das sombras, me vejo retrair confusa na certeza do nada. 
Mas feliz me cerco de vazios seguros e espero mansa o findar dos dias no romper do pranto e no morrer sorrindo.